É próprio da catequese atualizar os valores humanos, de tal modo que o catequizando abra gradativamente o espírito, segundo sua idade e condições psicossociais, para perceber os valores cristãos e celebrar o mistério do Cristo.
A catequese volta sua atenção ao essencial: o amor, a caridade, a liberdade; com a finalidade de provocar a mudança de vida e a transformação da realidade.
Para quem assume a missão de ser catequista, muitas são as inquietações, os questionamentos e desafios. Como catequistas, temos que ter o propósito de catequizar, sempre inspirados pela pedagogia de Jesus. Como o “barro” que está aberto a possibilidades diversas, também temos que nos abrir ao novo, pois somos seres em constante mudança.
Assim como o “barro”, somos maleáveis, moldáveis, mas protagonistas de nosso próprio destino. Construímos e direcionamos nossa vida em diferentes direções. Estamos, assim como o “barro”, em processo de aprimoramento e construção.
Nesta perspectiva, podemos perceber a dimensão humana dos catequizandos. Eles vivenciam muitas quedas e crises pelas quais passam seus familiares, além de viverem com as suas próprias crises. A experiência de sentir-se limitado leva o catequizando a necessitar de cuidado e carinho. É neste momento que o catequista deve ter a sensibilidade do artista para ajudá-lo, no processo de construção de sua identidade.
O catequista é alguém que escuta, cultiva os sonhos, traz alegria aos seus corações, leva-os a perceber que são seres que estabelecem relações uns com os outros, e que são feitos para viver em comunhão. A relação catequista–catequizando possibilita a construção do novo.
Citando Lucas Lucio de Souza, catequizando em preparação à Confirmação da paróquia de Entre Folhas: “São os frutos da vivência em Deus que me levam a frequentar a catequese e a Igreja, onde me preparo para abrigar o Espírito Santo em mim eternamente. Contudo, pode-se dizer que o cristão vive uma mudança contínua para se encontrar com Deus”.
Para a catequista Wanderly Márcia Alvarenga, uma das coisas que mais a fascina é estar diante do lindo mistério da conversão e do crescimento humano, que a FÉ proporciona aos que descobrem o grande segredo: de estar na presença de um Deus vivo, capaz de nos ser fiel em toda a extensão de nossas vidas. Ela continua dizendo que tem o grande privilégio de estar junto a um grupo de jovens, para ajudá-los a descobrir este segredo e poder proclamar com muita alegria: é juntos, que a cada dia nos aproximamos mais da santidade e, consequentemente, da obediência à Igreja de Deus; sendo mais próximos uns dos outros, para encontrarmos o caminho do verdadeiro cristianismo.
Estes fragmentos nos levam a perceber que ser catequista é amar, amar e amar de novo. É algo muito prazeroso. É estar em sintonia com a evolução da humanidade e disponível à vivência de novas experiências. “Somos barro nas mãos do artista”. A catequese deve ser um momento que leve os catequizandos a sentirem-se como o “barro”: maleável, moldável e aberto ao novo. É o momento de inseri-los em um novo conceito de vivência da fé e não somente uma preparação para o sacramento (Cf. DNC, 50).
“Perceber no olhar de uma criança a alegria em vir ao encontro de catequese; e, em seu sorriso, no final do encontro, o desejo de voltar para um novo encontro, é para mim motivo de alegria e deve ser motivo para toda a Igreja bater palmas, pois temos uma catequese evangelizadora” (Samuel Garcia de Morais, Catequista).
A presença de Jesus na vida do catequizando não se resume numa simples solidariedade humana. Ela parte de uma caminhada que o leve à compreensão das Escrituras. A mensagem ouvida transmite a Boa Nova de Jesus, recebida de seu Pai.
É importante transmitir aos catequizandos que Jesus não só se aproxima deles, vai além: faz-se caminho para eles (cf. Jo 14,6), penetra na vivência profunda do seu ser, nos seus sentimentos, nas suas atitudes. Faz um diálogo simples e direto, conhece as suas preocupações imediatas.
O próprio Cristo ressuscitado acompanha os seus passos, as aspirações, as buscas, os problemas e as dificuldades. Ele percorre o caminho ao lado, e não vigiando os atos e ações. Jesus faz-se presente em sua vida.
O próprio Cristo ressuscitado acompanha os seus passos, as aspirações, as buscas, os problemas e as dificuldades. Ele percorre o caminho ao lado, e não vigiando os atos e ações. Jesus faz-se presente em sua vida.
Uéliton Duque Santiago
Fonte: Revista Diretrizes